quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Te vejo nos meus sonhos, todos os dias, depois da meia noite.

Lembra da nossa primeira troca de olhares? Você estava vindo, eu indo, ou melhor, você estava indo, para onde mais tarde se tornaria a sua prisão. Eu esbareei em você, você segurava uma lata de cerveja numa das mãos, e na outra o cigarro, eu pedi desculpas, você deu aquele que mais tarde seria o meu sorriso preferido, o sorriso que me acalma, que diz que está tudo certo... Foi assim que eu te vi pela primeira vez, fumando lá... de longe. Lembra quando eu te contei isso? Daí tu me perguntou: "e tu nem imaginava que um dia ia ficar comigo, né?!", eu respondi: "no fundo dos teus olhos, eu percebi que eu ia te amar". Tá, eu não responid isso, eu pensei, o que dá no mesmo, pois você pode me ouvir. Se eu não me engano, eu falei: "eu meio que sabia...", daquele meu jeito meigo e tímido, de nem mesmo eu me entender, entender porque sei o que sei.
Demorou um fim de semana pra eu te ver denovo, mas para a minha decepção, você tinha se interessado por outra. Fiquei meio chateada, mas mesmo assim fui ao teu encontro. Nossa história ultrapassa as barreiras da lógica desde o início, lembra do nosso primeiro beijo? Você veio atrás de mim, segurou a minha mão, e sem nem perguntar nada, me beijou... tipo instinto. Tá, isso até pode ser normal, mas não era por mim que você estava lá naquele dia, era pela minha amiga. Eu não esperava, até então, te beijar, nem você.
Depois disso, te esnobei por um bom tempo, um bom tempo perdido... não sei exatamente o porquê disso, eu ainda não estava preparada.
Porém, um belo dia, ou bela noite para ser mais exata, resolvi te ligar, eu nem sabia que você não gostava de atender o celular nessa época, simplismente te liguei, e eu bem me lembro que no primeiro toque você me atendeu... Se eu já te conhecesse, estranharia, mas naquele dia, só esperava emoções baratas por uma noite.
A noite durou até o amanhecer, e de manhã eu me surpreendi no quando era bom fazer amor contigo. Foi nosso primeiro pacto, iriamos nos ver denovo, "de três em três meses". Não aguentei nem até o próximo fim de semana. Na quarta-feira te liguei, e confirmei o quanto era bom fazer amor contigo, ouvindo psy né. Daí você fez a primeira "macumba" pra mim, haha, lembra? "Se tu for nessa festa, eu juro que tu nunca mais vai me esquecer". Aaaah!, será que deu certo? Yep! O mais irônico foi que eu pensei: "jura, eu esqueço quem eu quizer".
Então eu fui, nossa primeira have juntos, e olha que não foram muitas, não sei bem... só sei que nas que eu fui sozinha fisicamente, eu sempre dava um jeitinho de te buscar, eu nunca estava sozinha. Mas nessa, foi a primeira vez de muitas que tu teve que segurar as nossas energias... Que as mariposas voaram em volta dos nossos corpos e eu perguntei: "Será que eu te amo?". Nem lembro o que tu respondeu, ou se respondeu... Só sei que quando voltávamos de mãos dadas de lá, tu me perguntou se eu achava a mesma coisa, que "nós encaixamos perfeitamente". Nem tinha me dado conta! Mas daí eu percebi, olhando as nossas mãos, braços, o jeito que a gente deitava de qualquer jeito, abraçados, e era sempre confortável.
Contigo conheci a perfeição, entendi a perfeição. Do mundo, da música, do amor, da energia, de nós dois. Era incrível! "Sem palavras", lembra? Tudo se encaixava, cada parte do corpo, com todas as roupas do mundo, ou sem nenhuma. Todos os pensamentos, a sintonia. Não nos largamos mais depois desse dia...
Pouco brigamos... aliás, brigamos? No máximo eram discussõezinhas bobas, coisa de quem meio que enjoa um da cara do outro, por se ver toda hora. Mas toda vez que eu ia ir embora, resolviamos ficar quietos e juntos, iamos dormir, e tudo se resolvia.
Nunca te contei, mas você disse "eu te amo" dormindouma vez, outra em extase, e outra naquele dia que a gente pensou em terminar (sim, semana da rainha, como eu reinava na TPM né? como tu é paciente). A gente já tinha combinado que não ia se fazer sofrer, por isso eu ficava quieta, eu estava tentando não te amar. Por isso a gente só se adorava, enquanto tu me ensinava o que era amor. E eu segui as tuas instruções, entreguei a minha alma e não só o meu corpo. Eu sentia tanta raiva disso... Lembra do dia que eu gritei: "pronto! eu estou nas tuas mãos! faz o que quizer de mim!"? Talvez tu queira esquecer desse dia, não sei se EU vou saber alguma vez exatamente o que aconteceu, eu só sei que tu escolheu me iluminar, me fazer feliz.
Apartir de certo momento eu fiquei sabendo que eu ia te perder, mas eu evitava pensar nisso, falar sobre isso, era muita tortura. Talvez se eu tivesse lutado... não sei, talvez eu poderia ter encontrado uma maneira de te manter aqui. Eu já tinha te dito, que "contigo eu não quero errar", e nós tinhamos tantos planos... Afinal, um dia eu ia ser uma advogada fodona, e você (?) -haha-, e nós iamos viajar e participar da Cannabis Cup (? eueheh). Haha. Quanta coisa.
Então você foi passar o Ano Novo em casa, e eu na minha. Já tinhamos batido muito pé no Natal, muita gente nunca esquece desse dia... Fiquei com o teu Tigrão, logo ele, que tu tinha dito que não ia me dar, porque tinha sido a Mana Vê que tinha te dado ele, e ele significava muito. Mas era só uma semana longe né?! Bom, o que eu posso dizer, estamos em Agosto já, e ele ainda dorme todos os dias na minha mão.
Só nos vimos três meses depois, por um fim de semana. Nessa altura, lágrimas escorrendo dos meus olhos eram a coisa mais comum do mundo, por isso nesse dia, mais uma vez, eu chorei. Você veio, um dia depois da vez que eu achava que já tinha te esquecido, e que nada significava mais nada... Você veio, só pra confirmar isso tudo. De tanto entender nós dois, acabo não entendendo! Nós conversamos e conversamos... E olhamos fundo nos olhos um do outro... E eu te disse pela primeira vez "eu te amo", sem medo de que fosse tarde demais. Não é tarde, nunca é tarde. Temos todo o tempo do mundo. Fizemos amor como se nada tivesse acontecido, mais uma vez com o pacto de não sofrer. Daí você me disse: "eu não quero me separar de ti, como é difícil... porque tudo é tão perfeito?", e eu respondi sem medo de novo, aquele dia eu tava corajosa: "porque a gente nasceu um para o outro". Será que você lembra disso?
Pois eu demorei para tirar essas coisas da cabeça, esquecer, nunca vou (macumbeiro! haha :D)... Hoje só estou mais calma, mais conformada com o tempo, o destino. Conversei muito contigo nos meus sonhos, e tu mais uma vez me acalmou.
Coloquei um chão embaixo da minha gatinha, ainda não olhei o filme do Anjo. Larguei a faculdade (não vou mais ser advogada, só fodona heu), aprendi muito sobre a vida. Chorei por não poder te abraçar, por não ter crescido ao teu lado, por não poder resolver os teus problemas. Me indignei pelas tuas novas escolhas, e entendi que amar é respeitar, esperar, um dia nós estaremos prontos um para o outro de novo...
Você não veio em Junho, cortou os três em três meses. Hoje conheci tua mãe, ela é um amor. Visitei tua Mana Vê, entendo porque tu ama tanto ela, não sei o que seria de ti sem ela, o que seria de mim?
E escolhi terminar esse texto assim, meio no ar... Afinal, por mais que pareça, a nossa história ainda não teve um fim, a nossa história é eterna.

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